segunda-feira, novembro 12, 2007

Retrato da Seca

O vendedor de água: Orlando Ribeiro de Sousa
Água em domicílio. É este o serviço prestado por Orlando Ribeiro de Sousa, 41, a alguns idosos da remota São Victor, uma comunidade de São Raimundo Nonato desprovida de água encanada, castigada pela falta de chuva.Todos os dias, "de manhã e de tarde", Orlando entra e sai de uma buraco, enchendo galões e colocando-os em um carrinho, que depois arrasta pelas ruas do povoado.Para receber quatro galões de cerca de quatro litros cada, as pessoas que têm dificuldades de locomoção pagam R$ 1,50 ao vendedor. O tambor de 20 litros custa R$ 3. "Sei quem normalmente quer, antes de vir para cá, já deixo combinado", afirma. "Não dá pra ficar andando de bobeira, à toa, debaixo deste sol".Orlando diz faturar enrte "R$ 15 ou R$ 16 nos dias bons, R$ 11 nos dias ruins". E, claro, ele é um dos clientes do próprio serviço. "A última carrada é sempre para mim", define o criativo trabalhador autônomo.
Murilo GaravelloEnviado especial do UOLEm São Raimundo Nonato (PI)

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