Polícia européia irá monitorar todas as mensagens eletrônicas

Milhões de e-mails pessoais e outras informações da Internet, assim como registros telefônicos, estão sendo disponibilizados à polícia e serviços de inteligência numa tentativa taxada pelos críticos como um dos mais abrangentes avanços do poder do estado contra a informação privada.Os planos, traçados pela Europol, o braço policial e de inteligência da União Européia, propõem que as empresas de telefonia e os servidores de Internet retenham milhões de blocos de dados — incluindo detalhes sobre visitas às salas de bate-papo da Internet e as ligações feitas a partir de celulares e mensagens de texto. As novas regras sobre retenção de dados serão válidas para todos os estados-membros da União Européia.O documento da Europol foi o resultado de uma reunião a portas fechadas envolvendo a polícia, serviços de inteligência e oficiais aduaneiros de toda Europa, em abril, em Haia. Relaciona 10 aspectos nos quais as empresas serão obrigadas a manter informações para ajudar a combater o terrorismo internacional, o crime e o tráfico de drogas.As empresas que operam os sites da Internet terão que armazenar as senhas de acesso usadas por indivíduos, os endereços dos sites visitados, detalhes sobre a aparência das páginas e informações sobre cartões de crédito ou contas bancárias usadas para assinaturas.As informações retidas sobre mensagens eletrônicas incluirão o destino, o conteúdo, a data e a hora da transmissão da mensagem eletrônica.O que se comenta é que a Inglaterra está pressionando para que os dados sejam guardados por até cinco anos. No momento, muito fica armazenado por um ou dois meses, para fins de cobrança.De acordo com o documento da Europol, o uso dos telefones convencionais e celulares também será monitorado. Os números discados, a hora e a procedência da ligação, assim como dados pessoais como endereço, data de nascimento e informações bancárias do assinante que pagou a ligação, também serão armazenados.

Kamal Ahmed/The Observer