22/2/2007...É difícil não sentir um arrepio apocalíptico diante dos cenários catastróficos que se combinam: explosão de hiper-urbanização favelizada em megacidades, aquecimento global e pandemia. A fome, a doença, a guerra e a pobreza potencializam-se num complexo espantoso de desastres e tragédias anunciadas. Em algum momento de meados do ano de 2007, ocorrerá (ou já ocorreu...) um fato inédito na distribuição da população planetária, pela primeira vez na história da humanidade há mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Esse crescimento urbano se concentra em megacidades, especialmente na periferia pobre, em condições de crescente degradação das condições sanitárias e ambientais. O desmatamento e a poluição são o resultado de um modelo industrial de consumo de combustíveis fósseis e de disseminação atmosférica dos derivados de carbono que fizeram dos Estados Unidos o maior espoliador perdulário dos recursos naturais globais. A entrada crescente da China na economia de mercado, no entanto, irá trazer nos próximos anos um montante ainda maior de degradação ecológica. O complexo do agrobusiness que pressupõe a agricultura extensiva sob controle de grandes empresas com uso de sementes transgênicas, a criação de animais confinados em enormes quantidades, a destruição das formas de pequena agricultura e criação de animais, o desmatamento e a destruição de espécies, a globalização financeira, o poder crescente dos monopólios e o empobrecimento de camadas cada vez maiores de populações em expansão demográfica em regiões urbanas são um conjunto de fatores interligados. No ano da Revolução Francesa havia no mundo cerca de ...
Por Henrique Carneiro*
*(Historiador-USP e membro do Conselho Editorial da Revista Outubro)
*(Historiador-USP e membro do Conselho Editorial da Revista Outubro)
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