Focos de infestação da dengue no Rio estão acima do tolerável

29/10/08

O Rio de Janeiro luta para combater o mosquito transmissor da dengue. Somente em 2008, já foram 123.690 vítimas na cidade.

De acordo com um levantamento da prefeitura, a infestação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, atinge três em cada cem casas no Rio, quase o triplo da média tolerada. Segundo o Ministério da Saúde, a situação já é de alerta. Tentar encontrar possíveis focos do mosquito da dengue, do alto, de helicóptero, Deveria ser como procurar uma agulha no palheiro. Mas que nada. A equipe de reportagem do RJTV encontrou caixas d´água destampadas e piscinas sujas. No Engenho Novo, moradores suspeitam que um galpão tenha água acumulada. “Agora, os mosquitos chegaram e não sabemos o que fazer”, contou uma moradora da região. A Secretaria Municipal de Saúde informou que vai fazer uma vistoria. Mas o problema atravessa os muros do galpão. Segundo um levantamento da prefeitura, de cada cem casas visitadas, em toda a cidade, cerca de três delas (2,89%) têm focos do mosquito. O índice é mais baixo que o registrado no mesmo período de 2007, que foi de 3,7%, quando houve uma epidemia. Mesmo assim, segundo o Ministério da Saúde, a situação já é de alerta. Na área do Engenho Novo, Méier, Inhaúma e Jacarezinho, o índice de infestação é de 5,76%, mais de cinco vezes mais alto do que o tolerável. Na região de Irajá, Madureira, Anchieta e Pavuna, atinge 4,03% dos imóveis. Em Ramos, na Penha, na Ilha do Governador e no Conjunto de Favelas do Alemão, a infestação é de 3,88%. A prefeitura diz que faz mutirões e atividades para conscientizar a população. “Já foram contratados, praticamente, 500 servidores municipais, que são agentes de controle de endemia. Vamos receber um reforço de um contingente importante de bombeiros para a cidade do Rio de Janeiro”, afirmou Meri Baran, da secretaria municipal de Saúde. Os moradores do Rio de Janeiro continuam sendo fundamentais nessa batalha, já que o mosquito, na maioria das vezes, está nas casas da população. Em 30% dos casos, o Aedes aegypti se esconde nas calhas e ralos. No condomínio onde trabalha, o porteiro Joaquim Soares usa larvicida. Mas, nesta quarta-feira, foi além: participou de uma palestra com agentes de saúde. “É importante para prevenir a dengue”, ressaltou Soares. A palestra foi idéia de um grupo de moradores da Zona Sul do Rio. Eles esperam que os vizinhos copiem. “Se essa idéia, realmente, tiver êxito, pode ser estendida a outras áreas da cidade”, comentou Rubens Bernardo, da Associação de Moradores do Jardim Pernambuco. Em todo o estado do Rio, 250.026 pessoas já tiveram dengue em 2008. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde. O número de mortes aumentou para 181. E 143 mortes ainda estão sendo investigadas.

Portal RJTV