domingo, fevereiro 15, 2009

Aids triplica entre mulheres acima de 50 anos

Com a aids, todos se tornam iguais
14/02/2009
BRASÍLIA -- O número de mulheres com mais de 50 anos infectadas pelo vírus da Aids triplicou em dez anos no Brasil. Em 1996, havia 3,7 casos para cada 100 mil habitantes; em 2006, a proporção chegou a 11,6 por 100 mil.

Entre todas as faixas etárias, foi nessa que a doença mais cresceu ao longo do período: 213,5%. Uma pesquisa inédita do Ministério da Saúde indica ainda que 72% das mulheres com mais de 50 não usam preservativo nem nas relações casuais.
Para reverter esse quadro, o ministério elegeu as mulheres com mais de 50 como alvo da campanha de prevenção da Aids lançada neste Carnaval. Por meio de anúncios na TV e no rádio, outdoors, panfletos etc., o governo divulgará o Bloco da Mulher Madura, cujo slogan é: "Sexo não tem idade para acabar; proteção também não".
"A pesquisa indica que essas mulheres sabem como a Aids é transmitida, mas não usam camisinha porque se consideram imunes à doença e nunca tiveram o hábito", disse Mariângela Simão, diretora do programa nacional de DST/ Aids. "Elas também reclamam que têm menos lubrificação vaginal e que isso prejudica a relação, especialmente com camisinha. Mas basta usar lubrificante."
Assim como os preservativos, o gel lubrificante também é distribuído gratuitamente.
"A pesquisa mostra que o homem é quem decide se usa camisinha ou não. A mulher deve perder a vergonha de exigir proteção", disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Simão ressaltou que as mulheres também costumam achar que, por se relacionarem só com o marido, não correm risco de contrair a doença, o que não é verdadeiro.
A advogada Beatriz Pacheco, 60, é um exemplo. O segundo marido dela, vítima de cirrose hepática, fez várias transfusões de sangue antes de morrer, em 1992. Ela se casou de novo em 1995 e, um ano depois, começou a ter doenças de pele. Em março de 1997, ela descobriu que estava com Aids. "Na farmácia, as pessoas riam ao ver a gente escolhendo camisinha", conta ela.
Folha de S.Paulo

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