domingo, fevereiro 08, 2009

Austrália: 108 mortos e 750 casas destruídas - último balanço

08 Fevereiro 2009
Healesville - Numerosas localidades australianas foram varridas do mapa com os incêndios que calcinam o sul da Austrália, queimando casas, automóveis e pessoas na maior tragédia de sempre deste género no país, saldada em 108 mortos e 750 lares destruídos.

O número de vítimas continua a crescer enquanto as operações de busca e salvamento resgatam corpos das chamas que têm transformado num inferno sobretudo o Estado de Victoria.
O primeiro-ministro, Kevin Rudd, declarou estar "consternado" com a chuva de cinza que cai do céu negro, enquanto as árvores explodem sob uma temperatura de 47 graus centígrados e são levadas pela fúria dos ventos.
No distrito de Kinglake, uma centena de quilómetros a norte de Melbourne, a localidade de turismo de Inverno de Marysville, com 800 habitantes, está em ruínas e é irrecuperável, de acordo com o responsável Brian Cross.
Só em Kingsdale foram contados 18 mortos retirados dos escombros de quatro dezenas de casas e também de viaturas fumegantes.
Visto do ar, o cenário é dantesco até ao horizonte, com vastas quintas e florestas inteiras reduzidas a terra preta numa área de 2.200 quilómetros quadrados.
A polícia informou que há cerca de oito dezenas de pessoas hospitalizadas com queimaduras, 22 das quais de gravidade, como é o caso de uma bebé com escassos dois anos de idade, a quem está a ser ministrada morfina para apaziguar o sofrimento.
A Cruz Vermelha confirmou 3.733 evacuações, havendo relatos de sobreviventes que diziam ter visto algo parecido ao que foi a bomba atómica em Hiroshima.
Na noite de domingo na Austrália as temperaturas baixaram para 25 graus centígrados, mas os bombeiros continuam a lutar para dominar três dezenas de incêndios, sob forte ventania.
As autoridades não escondem que, dada a imprevisibilidade do tempo, tudo será de esperar nos próximos dias.
Os soldados da paz começam entretanto a dar sinais de exaustão, tal como muitos voluntários que saíram em sua ajuda, nomeadamente em Nova Gales do Sul, mas também nas comunidades Stanley, Bruarong, Dederang, Gundowring, Gundowring Upper, Kancoona, Kancoona South, Coral Bank, Glenn Creek e Running Creek.
Uma muralha de chamas com uma centena de quilómetros de extensão estende-se por todo o noroeste de Melbourne.
Pala rádio e televisão são difundidas constantes mensagens pedindo às pessoas para ficarem em casa e assim poderem apagar as chamas, havendo um incêndio, ajudando também a desobstruir os caminhos, para prevenir a propagação das chamas e facilitar a circulação de socorro.
Um fundo de emergência de 3,6 milhões de euros (10 milhões de dólares australianos) foi libertado e o exército mobilizado para as operações.
O último grande incêndio que varreu a Austrália foi em 1983, destruindo 3.000 casas e matando 75 pessoas, precisamente em Victoria.
Em 1939, o balanço foi de 650 casas destruídas e 71 mortos.
Os incêndios são comuns naquele continente durante o quente Verão, chegando a ser contabilizados 60.000 todos os anos, uns naturais, outros suspeitos de fogo posto.
Jornal de Notícias/JHM.Lusa/fim

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