domingo, março 22, 2009

Oceanos estão tão ácidos como na era pré-histórica

A poluição deixou os oceanos tão ácidos quanto na era dos dinossauros.Caso as emissões de gás carbônico continuem no padrão atual, o mundo deve enfrentar uma onda de extinção em massa.

Recifes de corais e animais com conchas devem ser os mais afetados. Alerta foi feito em um estudo apresentado hoje, na Dinamarca, durante a abertura de um encontro paralelo do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC).
A abertura da reunião foi marcada pelo pessimismo. Muitos dos cientistas participantes afirmam que as previsões feitas no último relatórios do IPCC, em 2007, não foram precisas. O futuro vai ser muito pior do que foi divulgado. Conter o aumento de temperatura do planeta em apenas dois graus parece ser uma realidade cada vez mais distante. O estudo sobre a acidez nos oceanos seria apenas um exemplo de previsões que não foram contempladas pelo último relatório do painel e devem ser analisadas esta semana.A pesquisa divulgada hoje é da Universidade Bristol, na Inglaterra. Uma prévia publicada pelo jornal The Guardian mostrou alguns aspectos assustadores sobre como o aumento da acidez nos oceanos deve modificar a vida no planeta. Os pesquisadores mostram que a atual taxa de acidificação dos oceanos só é comparada a níveis pré-históricos, algo como 65 milhões de anos atrás, quando uma grande liberação de gases do efeito estufa por atividades vulcânicas causou a extinção em massa das espécies de águas profundas. A vida marinha do Ártico e da Antártica já são afetadas por essa poluição. Os ruídos causados por navios e sondas marinhas também estão sendo amplificados pelo aumento da acidez. Esse barulho afetaria diretamente espécies migratórias como tartarugas, baleias, golfinhos e atuns.
Os cientistas afirmam que caso se as emissões de gás carbônico não forem contidas os oceanos vão se tornar locais inóspitos e com pouca biodiversidade. Um problema para um mundo onde grande parte da pesca e alimentação depende dos mares. “Corremos o risco de sermos lembrados como uma civilização que teve a sabedoria para desenvolver alta tecnologia, mas não desenvolveu sabedoria para usá-la”, disse Ken Caldeira, especialista em oceanos do Instituto da Califórnia.
Época/Blog do Planeta (Juliana Arini)

Nenhum comentário:

Postar um comentário