segunda-feira, abril 27, 2009

90% dos cientistas estão pessimistas com as mudanças climáticas

15/04/09
O jornal britânico Guardian fez uma pesquisa com alguns dos principais cientistas do mundo envolvidos nas pesquisas de mudanças climáticas. Segundo a enquete, 90% deles não acredita que os esforços políticos e econômicos vão conseguir evitar um aquecimento global acima de 2 graus centígrados. E temem que as conseqüências sejam catastróficas.

O jornal entrevistou todos os 1.756 inscritos no ultimo congresso climático, realizado em março em Copenhague, que reuniu os principais pesquisadores do mundo para traçar cenários futuros. Dos 262 especialistas que responderam, 200 eram pesquisadores de clima ou de areas afins. Eles representam 26 países. Alguns são diretores de institutos e laboratórios em universidades respeitadas. Vários deles são membros do painel de especialistas da ONU, o IPCC. O resto dos entrevistados incluía especialistas da indústria, economistas e cientistas sociais.
Pelos resultados do levantamento, esses cientistas acreditam que o aumento médio de temperatura até o final do século fique entre 4 e 5 graus centígrados. Esse aquecimento desmancharia a cadeia produtiva de alimentos, e ameaçaria os suprimentos globais de água. Também causaria uma elevação do nível do mar que inundaria cidades, deixando centenas de milhões de desabrigados.
Alguns dos poucos que disseram acreditar que o aumento de temperature poderia ser limitado a 2 graus afirmaram que se basearam mais em boa vontade do que nos indicadores atuais. “Como mãe de crianças pequenas, eu prefiro acreditar nisso. E trabalho duro nesse sentido”, disse uma das entrevistadas.
O interessante é que, apesar do ambiente pessimista entre eles, esses mesmos cientistas são bem mais cautelosos quando fazem anúncios oficiais de suas pesquisas para o público em geral. Em conversas reservadas com os jornalistas, boa parte deles explica que prefere baixar o tom e amenizar as previsões catastróficas, para não gerar uma sensação de apatia e desânimo nas pessoa. Mas talvez seja o caso de agir exatamento de forma oposta, apresentando claramente quais são os riscos que enfrentamos para incentivar as mudanças necessárias em nossa economia e evitarmos o pior.
Época /Blog do Planeta (Alexandre Mansur)

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