sábado, outubro 10, 2009

A pedagogia do ódio

A "verdade" da boca dos pequeninos

Diferentemente do que ocorre na maior parte do mundo, as crianças palestinas prestaram muita atenção ao que seus líderes e mestres lhes ensinaram – e estão dispostas a colocar em prática tudo o que aprenderam. Por exemplo, crianças palestinas entrevistadas pela TV palestina declararam com toda a clareza e sem demonstrar a menor dúvida: que Israel não tem direito de existir, que seu alvo e razão de viver é a destruição de Israel e que estão dispostas a sacrificar suas vidas para expulsar todos os israelenses.
"Eles (os judeus) vieram para roubar a Palestina de nós; isto é, Tel Aviv, Yaffo, Haifa, Acco, Ramla. Todas essas cidades pertencem à Palestina", explicou um adolescente entrevistado. Suas palavras refletem os efeitos de muitos anos do doutrinamento realizado pela Autoridade Palestina (AP). "Nós esperamos, esperamos, esperamos, e eu insisto que as nações árabes e os países estrangeiros, todos os países do mundo, apoiarão os palestinos no esforço para expulsar os israelenses... Precisamos afugentar todos os israelenses da Palestina... pois os judeus vieram da Holanda, da América, do Irã."
As crianças enfatizam sua determinação de continuar lutando, geração após geração, "até que a Palestina esteja liberta". Além disso, elas não têm medo de morrer nessa luta, pois ela é "shahada" – morte por Alá. "Mesmo que todas as crianças palestinas, todos os jovens palestinos, as mulheres palestinas e os homens palestinos morram, nós não capitularemos!"
Nada disso surpreende aqueles que prestam atenção ao que é ensinado na TV e no sistema educacional palestino. Nos livros escolares da AP, Israel não aparece nos mapas da região. Seus historiadores negam a história de Israel e seu direito à existência. Os professores de todos os níveis ensinam que Israel é um implante estrangeiro e colonialista na região. Apesar das declarações em contrário, os livros editados pela AP continuam deslegitimizando e menosprezando Israel, dizendo tratar-se de um dominador estrangeiro: "A Palestina sofreu a ocupação britânica após a Primeira Guerra Mundial e a ocupação israelense a partir de 1948".[1]
Às crianças é ensinado que Israel é parte (do Estado) da "Palestina": "Entre as famosas montanhas no Sul da Palestina estão as de Beersheva e do Neguev". Acerca dos mananciais de água "palestinos" as crianças aprendem: "O mais importante é o lago de Genesaré..."[2]
Mensagens com esse teor, que tiram a legitimidade de Israel, foram confirmadas pelo primeiro-ministro Ahmed Qorei. Existem gravações de seus discursos em que rejeita a idéia de Israel como Estado judeu. "O presidente Bush afirmou que Israel é um país judeu, o que é motivo de preocupação. Isso não deveria ter sido dito."[3]
Historiadores ligados à AP aparecem com freqüência na TV educativa para reforçar essa mensagem. Recentemente, o historiador e moderador Dr. Isam Sisalem confirmou uma vez mais o que já havia afirmado em muitos outros programas: "Os judeus não têm história nem vínculo algum com esta terra. Eles não são nada mais que um ‘tumor cancerígeno’ implantado pelos britânicos para controlar o Oriente Médio". No mesmo programa educativo, outro historiador relembrou a tristemente célebre falsificação anti-semita "Os Protocolos dos Sábios de Sião", que descreveu como um dos pilares do primeiro Congresso Sionista de 1897: "No Congresso da Basiléia, o Movimento Sionista começou a planejar a exploração do jogo de poder na Europa e no Oriente Médio", disse o Dr. Riad Al-Astal, docente em História da Universidade Al-Azhar em Gaza.
Portanto, quando as crianças palestinas dizem na TV que querem destruir Israel para libertar "Tel Aviv, Yaffo, Haifa, Acco e Ramla" e que desejam expulsar os judeus, estamos vendo que elas repetem com exatidão a mensagem que lhes foi incutida pela AP.
É alarmante constatar como os anos de doutrinamento anti-israelense foram eficientes. A juventude palestina aprendeu: os judeus não possuem qualquer vínculo com Israel, este país não tem direito à existência e o alvo supremo da próxima geração é eliminar Israel, mesmo que isso custe sua vida.
A essência do conflito é o direito de existência de Israel – e não uma questão de fronteiras, de territórios ou de refugiados. Negociações de paz que não alterem o sistema educacional palestino e que não impeçam o doutrinamento continuarão funcionando apenas no papel e estarão, de antemão, condenadas ao fracasso. Os alunos palestinos já aprenderam isso. Nós é que, provavelmente, teremos de repetir o ano.
(Itamar Marcus e Barbara Crook - Palestinian Media Watch - http://www.beth-shalom.com.br)

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