domingo, outubro 11, 2009

Prêmio Nobel de Obama divide imprensa mundial

10 de outubro de 2009
Veículos de comunicação de todo o mundo deram grande destaque neste sábado ao presidente americano, Barack Obama, que recebeu o prêmio Nobel da Paz na sexta-feira, mas as opiniões não foram unânimes: alguns editoriais destacaram a vitória dos ideais, enquanto outros denunciaram uma escolha politizada demais.

O comitê Nobel norueguês destacou na sexta-feira os "extraordinários esforços" de Obama "para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".
Mas a escolha do presidente americano, aos 48 anos de idade e com apenas nove meses de governo, soou tão surpreendente quanto polêmica para a imprensa.
O Washington Post imprimiu uma reação atônita, ao questionar a atribuição de um Nobel da Paz "a um presidente que não concluiu seu primeiro ano de mandato e não obteve nenhum resultado maior no plano internacional".
"A amplitude das reações, que vão da satisfação exuberante em alguns lugares ao desapreço e ao desprezo em outros, põe em evidência as divisões políticas que cercam seu programa e sua forma de governar, sem falar na politização deste prêmio", escreveu o editorialista Dan Balz.
Para o New York Times, o prêmio foi um "reconhecimento moderado", que ressalta "o abismo entre as ambiciosas promessas verbais e sua realização".
O conservador Wall Street Journal indica, por sua vez, que a reação entre seus editores foi de "perplexidade".
O prêmio foi "uma das maiores surpresas que o comitê Nobel jamais provocou", afirma o Daily Telegraph de Londres, que também interpretou a escolha como eminentemente política, uma vez que as candidaturas ao prêmio foram encerradas apenas 12 dias depois da posse do 44º presidente americano.
"O comitê Nobel norueguês tomou decisões estranhas no passado. Atribuir o prêmio da Paz deste ano a Barack Obama, no entanto, não é só estranho, mas também ruim: para Obama, para o prêmio e para a causa da paz", criticou duramente o jornal econômico britânico Finacial Times.
"Receber o prêmio após nove meses de presidência é uma honra, mas traz também uma obrigatoriedade de êxito", ponderou o jornal Liberation, de esquerda. O conservador Le Figaro estimou que o prêmio "aumenta a estatura internacional do presidente americano, mas também as inumeráveis pressões que recaem sobre ele".
Na Espanha, o El País disse que a homenagem a Obama foi "um prêmio da paz a um esforço que apenas começou a dar frutos", e que "não foi concedido um prêmio a uma obra acabada, e sim a um projeto de futuro". Destacando que o prêmio foi uma "distinção controvertida", o El Mundo estimou que "o Nobel da Paz premia as possíveis conquistas de Obama por antecipação".
Na Ásia, a imprensa japonesa considerou que o Nobel da Paz aumentará ainda mais as expectativas em relação à administração Obama. O jornal Yomiuri Shimbun julga que o presidente terá agora a "dura tarefa de obter resultados".
Terra/AFP

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