quinta-feira, novembro 12, 2009

Raça, a crença na discriminação


Em Carta ao leitor (Veja 4/12/02), sob o título A barreira da raça, um leitor fala sobre a discriminação aos negros: “(…) Quando reputadas universidades européias ainda pregavam, no fim dos anos 40, a existência de raças inferiores e superiores, um mestre brasileiro, Gilberto Freyre (1900-1987), já havia demolido essa noção fazia uma década, passando a explicar as diferenças por aspectos culturais e não pela cor da pele.”

Mas a própria filosofia adotada pela sociedade e contestada por Freyre teima permanecer entre nós, a começar pelo título do texto. Embora esteja no domínio público, tal forma de segmentação social, não é somente comum como medíocre.
O termo só deve ser usado para casos de estrita definição do significa a que a palavra evoca: “Relativo à raça, que em si mesmo acomoda a discriminação de uma pessoa para outra… O homem não foi criado sob a divisão de raças. Raça é pertinente a animais – raça de cachorro, de cavalo –, jamais ao ser humano. Este é único em divisões de povos (nações, fronteiras, culturas e línguas).
A definição mais próxima no Dicionário Eletrônico Michaelis é “origem” ou ainda “O tronco comum, onde têm origem as várias classes de animais”. Seu uso se restringe a animais classificados em diversas raças da mesma espécie. A idéia de raça entre o ser humano contraria o Criacionismo.
Ao citar a divisão humana entre raças admitimos a Teoria da Evolução e caímos na discriminação aos negros a exemplo do que faziam os europeus. Isso é real.
O Novo Manual da Redação (Folha de São Paulo/1992) diz: “Não use raça para se referir à espécie humana. O termo é objetivo de polêmica entre cientistas e está carregado de preconceito”.
O termo racismo (relativo à raça) em si mesmo acomoda a discriminação de uma pessoa para outra. Para não incorrer na falha, use discriminação ou preconceito, pois o homem não foi criado sob a divisão de raças. Raça é pertinente a animais – raça de cachorro, de cavalo –, jamais de homem. Este é único em divisões de povos (nações, fronteiras, culturas e línguas).

“Os genes não têm cor”

Com o título acima a revista Galileu (fev/03) publicou entrevista com o cientista Sérgio Danilo Pena, que “rejeita a divisão da espécie humana em raças…”, a partir de comprovação biológica. A matéria diz que o cientista “nega que a genética seja capaz de traçar fronteiras entre as raças e diz que alguns cientistas ajudam a fomentar o racismo.”
Sérgio Pena segue dizendo: “Biologicamente, não existem raças humanas, portanto, a definição do IBGE (que usa o termo e, portanto, emite o tom discriminatório) é uma definição de cor, não de raça. Mas isso não quer dizer que o racismo não exista. O racismo depende da percepção de que raças existem.”
Quando se fala em raças, o nazismo é lembrado, mas Sérgio diz que eles eram “totalmente ignorantes em genética… Eles inclusive tinham a idéia de uma raça homogênea ariana, o que não faz nenhum sentido porque 95% da variabilidade genética humana está dentro do que eles chamavam de raças.”
Outro sistema marginal, que tentava justificar suas atrocidades no conceito de raça, foi o Apartheid, na África do Sul.
Fronteira Final / Montagem: www.cidadaodomundo.org

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