segunda-feira, maio 10, 2010

Incontrolável !

05/2010
Óleo no Golfo do México está incontrolavel

Por que o derramamento de óleo é um problema extremamente grave? A maioria dos componentes do óleo está se misturando com as águas do Golfo do México.
Especialistas apontam as piores ...
consequências: um incessante fluxo de óleo do fundo do oceano; um tipo de um tipo de óleo não refinado que se mistura facilmente com água; uma mistura grudenta que é difícil de queimar e mais difícil ainda de limpar; água que serve de abrigo para desovas de vulneráveis novas formas de vida; e uma costa com áreas pantanosas difíceis de recuperar.

Cientistas especializados no Golfo do México sempre alertaram sobre “o potencial para um desastre como esse”, disse Wes Tunnell, ecologista costeiro e especialista em derramamento de óleo da Universidade A&M do Texas.
“E este foi o desastre. Esse é um pesadelo que acabou se tornando realidade”, acrescentou.
Até agora a situação não está um desastre completo. Mas é difícil imaginar o óleo não devastando a região, de acordo com Ed Overton, chefe da equipe de socorro a disastres químicos especializada em derramamento de óleo dos EUA.
Ele comparou o que está acontecendo com outra potencial ameaça ao Golfo do México: “Há as mesmas características de um furacão de categoria 5”.
Se as condições não mudarem rapidamente, a devastação integral deve ocorrer em algum lugar da costa, segundo Overton, que trabalha com a Administração Atmosférica e Oceânica Nacional.
Mais de 200 mil galões de óleo se espalham diariamente do tanque localizado perto da torre petrolífera Deepwater Horizon da BP que explodiu no dia 20 de abril e afundou dois dias depois. Tripulações estão usando pelo menos seis veículos remotos para tentar fechar uma válvula subaquática, mas por enquanto não obtiveram sucesso. Enquanto isso, fortes ventos e grandes ondas espalham o óleo sobre as estancas postas para contê-lo. Além da BP, diversas agências federais estão se esforçando para minimizar os danos.
Especialistas em derramamento de óleo passam por treinamentos para testar sua resposta a desastres desse porte. Um desses treinamentos foi feito no mês passado no Maine. O vazamento no Golfo do México é uma “combinação de todas as coisas ruins acontecendo” e torna a situação pior do que qualquer outra imaginada para uma torre petrolífera, explicou Nancy Kinner, diretora do Centro de Pesquisa de Resposta Costeira da Universidade de New Hampshire.
“É incontrolável”, afirmou.
A maioria dos americanos relaciona a Exxon Valdez com derramamentos. Mas o potencial e a probabilidade aqui “é muito maior”, de acordo com o professor de engenharia oceânica da Universidade de Rhode Island Malcolm Spaulding. Devido ao fato de a Deepwater Horizon não ter sido tapada e poder jorrar por meses, ela deveria ser comparada com uma torre muito pior que explodiu em 1979, disse Tunnell. Era a Ixtoc 1, que se localizava perto da península de Yucatán.
O vazamento atual representa “um cenário ainda pior”, ressaltou Tunnell.
O que torna esse derramamento incontrolável e muito parecido com o da Ixtoc 1 é que este é um poço ativo que não para de jorrar. O Exxon Valdez tinha um limite de fornecimento de óleo. A torre a 40 milhas da Costa do Golfo pode jorrar por meses até que seja contida.
O tipo de óleo espalhada também é outro grande problema. Este não é um tipo de óleo leve. Ele é mais pesado porque vem de uma região muito abaixo da superfície oceânica, esclareceu Overton.
“Se tivesse que citar um óleo ruim, citaria este. A sua única característica que não é ruim é que ele não contém muito enxofre”, explicou.
A época dos furacões está próxima (em junho) e especialistas acreditam que o óleo ainda estará flutuando nesse período. Embora pareça absurdo, uma forte tempestade poderia ajudar a dispersar e diluir a pior parte do óleo.
“Um furacão é um aspirador da naturaza”, disse Overton, “normalmente ele limpa o ambiente, mas nem isso seria suficiente para cessar um fluxo contínuo de óleo”.
eco4planet / Tiago Azevedo / Tatiana

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