sábado, abril 25, 2009

Primeiro bebé clonado pode nascer em dois anos

25/04/09
O controverso médico norte-americano Panayiotis Zavos, que se dedica à clonagem humana, garante já ter conseguido criar 14 embriões e até implantado 11 em quatro mulheres. Está, por isso, confiante que o nascimento do primeiro bebé será em breve. Zavos é procurado por casais inférteis, mas também por pais que querem clonar os filhos mortos.

O primeiro bebé clonado pode nascer dentro de dois anos. Pelo menos foi isso que Peter Williams, autor de um documentário sobre o trabalho do polémico médico Panayiotis Zavos, disse à Sky News Online. "O Dr. Zavos registou um crescimento vigoroso em 30 células embrionárias antes de as transferir para o útero e é por isso que ele está optimista quanto ao nascimento do primeiro bebé clonado dentro de dois anos", conta Peter Williams.
O autor do documentário sobre o trabalho de clonagem do controverso especialista garante ainda que o projecto já atingiu uma "fase avançada" e que esta pode vir a ser uma "forma viável de tratamento para a infertilidade". Panayiotis Zavos, desprezado por grande parte da comunidade científica pelo seu comportamento ético, trabalha actualmente num laboratório secreto, que se pensa estar localizado algures no Médio Oriente, num país onde a tentativa de criação de um ser humano geneticamente idêntico a outro não seja proibida.
O especialista, já terá implantado embriões clonados em quatro mulheres, uma delas britânica. Zavos garante ainda que mais de 100 casais já o procuraram para terem um bebé clonado.
A clonagem humana é proibida em Portugal, à semelhança da maioria dos países. E embora o médico afirme que já clonou 14 embriões e transferiu 11 para o útero de quatro mulheres, não se registaram gravidezes de sucesso.
A técnica usada por Panayiotis Zavos é a mais comum e permite criar cópias genéticas dos pais, usando apenas o óvulo vazio da mãe (ver caixa). Além dos casais que querem vencer a infertilidade, o especialista também trabalha com as células de pessoas que já morreram. Um desses casos é Cady, uma criança norte-americana vítima de um acidente de carro, aos dez anos. As suas células sanguíneas foram congeladas e enviadas a Zavos pela mãe. O embrião clone de Cady foi feito com o recurso a um óvulos de vaca. Este híbrido de humano e animal não foi transferido para nenhum útero, mas o médico acredita que estas células podiam dar origem a um clone perfeito de Cady.
No entanto, a classe científica já reagiu aos supostos avanços de Zavos. Josephine Quintavalle, fundadora do Conselho para a Ética da Reprodução, aconselha os cientistas a pensarem nos interesses da criança que vai nascer. "Temos de perguntar porque é que as pessoas querem um clone - é fisicamente perigoso", alerta a cientista, citada pela Sky News Online. De facto, o risco de malformações congénitas graves é um dos principais entraves à técnica.
Mas as questões éticas são provavelmente mais fortes do que as científicas. "Colocar sobre uma criança que vai nascer a carga de alguém que morreu e que estamos a tentar substituir é privar essa criança da sua singularidade", critica Quintavalle. As tentativas de clonagem humana começaram após a criação da ovelha Dolly.
DN Ciência

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