sábado, abril 25, 2009

Telescópios espaciais europeus vão estudar origem do universo

25/04/09
A agência espacial europeia (ESA) prepara para breve, provavelmente ainda durante o mês de Maio, o lançamento de dois novos telescópios orbitais. São o 'Herschel' e o 'Planck'. O primeiro, o maior telescópio espacial de sempre, vai estudar as estrelas e galáxias. O observatório 'Planck' tem por missão detectar a radiação cósmica de fundo, que vem do Big-Bang.

Num único lançamento, que estava programado para o próximo dia 6 de Maio, mas que foi adiado, pela necessidade de novas verificações no lançador Ariane 5, a agência espacial europeia (ESA) vai colocar em órbita, provavelmente ainda durante o mês de Maio, os seus dois novos telescópios espaciais. Um deles, o Herschel, será o maior jamais lançado no espaço, e o seu objectivo é estudar galáxias e estrelas. O outro, o Planck, vai olhar para a radiação cósmica de fundo, que vem directamente do Big-Bang.
De acordo com a ESA, os dois observatórios espaciais já estão na Guiana Francesa, onde está instalado o centro de lançamentos espaciais da ESA, e prontos para o grande dia.
O telescópio Herschel, da ESA, com capacidade para captar imagens nos infravermelhos, é o mais potente de sempre a ser colocado em órbita. A sua missão será estudar a origem e evolução das estrelas e das galáxias. Com isso deverá contribuir para que os astrónomos possam compreender melhor como o universo evoluiu até hoje.
O Herschel é assim o primeiro telescópio espacial que vai cobrir todo o espectro de radiação desde os infravermelhos até às ondas sub-milimétricas, para estudar também a poeira invisível e as regiões frias do universo.
Com o seu espelho primário com 3,5 metros de diâmetro e quatro vezes maior do que o telescópio Hubble, este telescópio é 20 vezes mais luminoso (colecta mais luz) do que qualquer outro na banda dos infravermelhos. Os seus outros instrumentos são duas câmaras e um espectrómetro de alta resolução. Os seus detectores são mantidos à temperatura do zero absoluto (273 graus Celsius negativos) através de um sofisticado sistema criogénico, com hélio.
O telescópio Planck, cujos últimos testes também já foram realizados na Guiana Francesa, é a primeira missão espacial da ESA cujo objectivo é estudar a radiação cósmica de fundo, a radiação "fóssil" do Big-Bang. Desde que os astrónomos anunciaram, em 1992, ter detectado pequenas flutuações na temperatura desta radiação, que os cientistas estão a utilizar o estudo destas flutuações para tentar compreender melhor a origem do universo e a formação das galáxias.
A radiação cósmica de fundo é uma consequência do Big-Bang, que os astrónomos estimam que aconteceu há cerca de 14 mil milhões de anos. O observatório Planck vai medir as variações de temperatura daquelas microondas de fundo com uma sensibilidade e resolução angular novas, de acordo com a ESA. A combinação daqueles factores, sublinha a agência espacial europeia, permitirá aos astrónomos ter uma visão sem precedentes do universo quando ele tinha apenas 380 mil anos - quase nada, se se pensar que ele terá hoje cerca de 14 mil milhões de anos.C F.N.
DN Ciência

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