domingo, outubro 25, 2009

Atentado com mais de 130 mortos no Iraque é tentativa de "semear o caos"

25/10/2009
Autoridades locais afirmaram neste domingo que o massacre que matou mais de 130 pessoas na capital Bagdá é uma tentativa de "semear o caos" no país, num momento em que o governo iraquiano se prepara assumir o controle total com a retirada das tropas americanas prevista para 2011.

As agências internacionais ainda apontavam números distintos para o saldo de mortos (entre 132 e 136), e feridos (500 ou 600) após a explosão de dois carros-bombas.
As fortes explosões ocorreram com menos de um minuto de diferença neste domingo, em um estacionamento próximo à sede da administração provincial de Bagdá. O outro carro explodiu próximo ao edifício do Ministério da Justiça.
O primeiro-ministro Nuri al-Maliki divulgou uma nota oficial onde afirma que os atentados são similares aos ataques registrados no dia 19 de agosto, que teve como alvos duas repartições governamentais, e visavam impedir as eleições marcadas para janeiro.
"Isto veio das mesmas mãos negras que cobriram de sangue o povo do Iraque. Eles querem provocar o caos, atrasar o processo político e evitar a eleição legislativa", afirmou o primeiro-ministro, no comunicado oficial.
Em agosto, dois caminhões-bomba explodiram nas proximidades dos ministérios de Relações Exteriores e das Finanças, matando 95 pessoas e ferindo mais de mil, no pior atentado ocorrido no Iraque em 2009.
O presidente dos EUA, disse que a tragédia foi "injustificável". "Esses atentados não servem a nenhum outro propósito a não ser o assassinato de homens, mulheres e crianças inocentes, e eles revelam apenas a agenda destrutiva e detestável de quem negaria ao povo iraquiano o futuro que ele merece", disse ele em um comunicado.
As autoridades iraquianas ainda dispararam acusações contra os vizinhos Síria e Irã, sob suspeita de apoiarem os grupos insurgentes usualmente apontados como os responsáveis pelos ataques no país --xiitas e sunitas.

Testemunhas

Muitos dos feridos foram levados aos hospitais da área por civis. As fontes do hospital falaram sob condição de anonimato porque não estão autorizadas a falar com a imprensa.
"Eu não sei como eu estou vivo. A explosão destruiu tudo. Nada está em seu lugar", disse o lojista Hamid Saadi à agência Reuters, que testemunhou o incidente próximo ao Ministério da Justiça.
Os atentados foram registrados perto da Zona Verde, que conta com estritas medidas de segurança --trata-se do local onde ficam as embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido, além de edifícios governamentais iraquianos. A Embaixada dos EUA informou que nenhum diplomata ou funcionário foi atingido com as explosões. Também não há registro de mortos ou feridos ingleses.
Várias ambulâncias foram aos locais das explosões para levar as vítimas aos hospitais.
Carros que estavam estacionados perto do local das explosões pegaram fogo. Prédios também sofreram vários danos.
Os ataques aconteceram no mesmo dia em que o comitê político da segurança nacional deve se reunir para discutir a reforma da lei eleitoral, assunto de discussão nos últimos dias entre os diferentes blocos políticos.
Com France Presse, Associated Press e Reuters

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