domingo, maio 04, 2008

Ciclone deixa mais de 350 mortos em Mianmar, diz TV estatal

04/05/2008
Mais de 350 pessoas morreram em Mianmar após a passagem de um ciclone que atingiu o sul do país e destruiu milhares de casas, informou neste domingo a televisão estatal. Em várias regiões o fornecimento de energia foi interrompido, linhas telefônicas foram cortadas e a queda de árvores bloqueou estradas.

De acordo com as informações divulgadas pela TV estatal, ao menos 351 pessoas morreram pelo ciclone tropical Nargis, incluindo 162 que moravam na ilha Haing Gyi, próxima à costa sudoeste do país. Muitos outros morreram na região do delta de Irrawaddy.
A TV ainda informou que cinco regiões do país foram declaradas como áreas de desastre após a tempestade --cujos ventos atingiram até 190 km/hora-- e que 75% das construções da localidade de Labutta foram destruídas.
"O delta de Irrawaddy foi extremamente atingido, não apenas por causa dos ventos e da chuva, mas por causa de uma tempestade", disse Chris Kaye, coordenador da ação humanitária da ONU (Organização das Nações Unidas) em Yangon.
O centro de meteorologia havia previsto que o ciclone elevaria a maré até 3,7 metros acima dos níveis normais, apesar de nenhum detalhe sobre a elevação estar disponível neste domingo.
Kaye disse que o governo havia afirmado a ele mais cedo que milhares de casas foram destruídas. A ONU tentou enviar equipes para avaliar os estragos, mas seus esforços foram impedidos por causa de estradas obstruídas por escombros e linhas telefônicas que não funcionavam. Eles tentarão de novo nesta segunda-feira, disse Kaye.
Testemunhas em Yangon disseram que a tempestade levou o telhado de centenas de casas, causou danos a hotéis, escolas e hospitais, e suspendeu o fornecimento de energia para toda a cidade.
O jornal estatal "New Light od Myanmar" informou neste domingo que o aeroporto internacional em Yangon permanece fechado e que os vôos domésticos estavam sendo desviados para a cidade de Mandalay, 560 km ao norte.
"É uma situação ruim. Quase todas as casas foram atingidas. As pessoas estão em uma situação horrível", disse outra oficial da ONU em Yangon, que pediu para não ser identificada porque não estava autorizada a dar informações. "Todas as estradas estão bloqueadas. Não há água nem eletricidade", disse ela.
O Fórum pela Democracia em Burma e outros grupos dissidentes fora de Mianmar pediram que a comunidade internacional providencie ajuda humanitária emergencial e encorajaram a junta militar a permitir que grupos de ajuda operem livremente --coisa que eles foram relutantes em fazer no passado.
Folha Online

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